sexta-feira, 22 de maio de 2009

COTIDIANO



Com tantos problemas na cabeça ao chegar a minha casa decidi ir correr. Corri por alguns minutos, mas parecia que o peso dos meus pensamentos pesava em minhas pernas, não consegui fazer metade do percurso que estou acostumada a fazer, algo me mandava parar.
Parei, e me encantei, lugar tão comum, lugar de todos os dias, mas nunca se quer me dei o trabalho de olhar o quão mágico tudo se realiza.
A noite já havia se instalado exceto por uma pequena faixa marcada em cores no horizonte, e a areia úmida, muito invejosa, diga-se de passagem, fazia questão de refletir com ainda mais glamour todas estas cores.
Foi um momento meu. O vento, muito meu amigo, veio ao meu ouvido cochichar alguns conselhos, as ondas, preocupadas, beijavam os meus pés calçados como em um gesto de conforto e toda aquela cena acalmava tanto meu coração que parecia mesmo um carinho de mãe.
Corredores passavam por ali e deixavam as suas marcas, quebravam a harmonia das cores na areia úmida, certamente eles nem notavam a beleza do lugar.
Eu ali parada só conseguia pensar em agradecer, agradecia aos meus pensamentos que pesaram, as minhas pernas que me doeram e os poucos minutos gastos para descobrir o quão lindo é tudo que é cotidiano.

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