domingo, 19 de outubro de 2008

O defensor

Dia cheio... Parei para almoçar às 4 horas da tarde com uma amiga, nesse horário o que nos restava era somente fast food. Como precisava subir a serra para passar o final de semana com minha família, peguei um lanche (desses que vem com picles, acompanhados por fritas e refrigerante) e parei em um dos canais que cortam a cidade de Santos.
Esfomeada comecei a devorar o meu almoço quando minha amiga, como sempre mais atenta do que eu, chamou-me a atenção para o que estava acontecendo do outro lado do canal.
Quando direcionei o meu olhar vi um carro esportivo, enorme, com um ferro na frente e um pneu atrás tentando entrar em uma vaga que nem o menor dos carros populares caberia, no entanto esse não era o problema para aquele motorista.
Insanamente ele começou a entrar na vaga e a empurrar os outros carros. Comecei a buzinar, mas o infeliz não parava, achei que o rádio pudesse estar alto, porém quando ele bateu no carro pela sétima vez me veio à certeza de que se tratava de um completo otário.
Quando ele desceu do carro a minha fúria era tanta que aposto que se ele soubesse pensaria muito antes de agir por simples reflexo.
Eu: Ei! Você viu o que você fez?
Ele: Você está falando comigo?
Eu: Você se acha muito esperto, não é mesmo? Você acaba de bater em dois carros populares com o seu humilde carro e tem coragem de agir como se nada tivesse acontecido.
Ele: Você é proprietária de um desses carros?
Eu: Claro que não, mas nem por isso saio por ai quebrando tudo o que não me pertence
Dei o assunto por encerrado, mas ele ainda balbuciou algumas palavras.
Era um sujeito imponente, cheio de razão e que queria me convencer do contrário.
Eu: Com certeza deve ser advogado!
Não demorou muito e este rapaz estava na janela do meu carro querendo continuar a discussão.
Ele: Você tem alguma coisa contra advogados?
Nessa ora senti todos os meus músculos esfincterianos se contraírem
Eu: claro que não, toda minha família é formada em direito e eu sou acadêmica.
O detalhe é que ninguém da minha família é formada em humanas e me esqueci de dizer que era acadêmica de medicina, mesmo com um puta adesivo na traseira do meu carro.
Nessa hora esbocei um sorriso de alívio e ele correspondeu dizendo que era defensor público e que poderia me ajudar caso eu precisasse. Despedimos-nos e quando acabei de comer meu lanche fiz questão de parar ao lado do carro dele e espalhar todo o meu lixo no para brisa junto a um bilhete: “ao defensor público que não defende o patrimônio alheio”.

Um comentário:

Unknown disse...

oo LInda muito legal seu blog em =P