quinta-feira, 19 de março de 2009

Insanidade


Paredes, livros, eletrônicos e meu próprio eu, todos eles cansados de ouvir minhas reclamações. Eu falo todos os dias, mas raramente alguém está a me escutar, eu grito internamente e minha mente se põem a chorar, eu corro dos meus pensamentos, mas eles sabem bem como me cercar.
Eu pulo, danço e canto... Sozinha, mas morrendo de vontade que alguém se ponha a espiar.
Um beijo no espelho, uma frase ensaiada, um gesto, um charme, um sorriso. Volto a minha infância e penso nas pessoas amadas.

Liberdade e solidão, eu conheço bem o significado...

Um afago, um chhhhhheirinho de feijão, o Ziggy latindo no portão, a voz doce de uma senhora e o som do motor do carro da minha irmã.
São doze horas, a mesa farta, a mesa cheia, o pai falando com a mãe, as frutas pelo chão, foi dia de feira... Raimunda, vem come!!!! E todos comem, e todos riem, e o Ziggy reclama, arranha, procura seu quinhão. E eu lavo, eu seco, eu guardo e eu vejo TV. Não!!!!! sou eu , eu, euuuuuuuu.... E mais tarde tem seção da tarde, o controle é meu, o sofá é meu, manheeeeeeeeeee...........

Aqui tudo é meu, só meu, eu to sozinha, é meio dia e ninguém se põem a comer.

Nenhum comentário: