terça-feira, 21 de abril de 2009

Caminhos


Situação estranha para entender, razão é essa tão desatenta, busca o triste quando contente, faz do calvário a cena presente. Alimenta o sonho que não convém, amargura esta vida a única que tem, machuca com o peso do fardo de outrem. Suplica amor por onde passa, joga a todos a tua graça, olha o alvo e não a caça, impõem a si mesmo a ameaça. Vive triste a vida desregrada, continua só entre as pessoas casadas, percebe o quão dura é a estrada, mas mesmo assim prefere ir andando em pedras do que pela via recapiada.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ocelo


Ora eles me fitam e não me dizem nada.
Vigiam o meu sono e tiram o meu sossego,
Eles percorrem, avaliam e aprovam,
Fazem de mim sua experiência.
Eles despem, vestem, indagam-me
Fruto da minha própria incerteza.
Ora são cerrados e tão suaves,
São afáveis e de grande sossego,
Fazem, então, repousar-me em eterna certeza.

INEQUAÇÃO



Vinte e quatro anos é o que dura uma relação
Vinte e quatro anos é o que acaba com a mesma paixão
Vinte quatro dias e nenhuma solução
Vinte e quatro motivos para uma separação
Vinte quatro dúvidas para essa situação
Vinte e quatro anos: idade da indecisão

Devaneio


Para que te quero tão próximo a mim?
Machuca-me, maltrata-me e faz de mim objeto de tua ira.
Ser de tão baixa perspicácia, que ama simplesmente sem mais além
Quimera, minha amiga inseparável, rogue por mim e intervenha
Faça desse ser alguém mais sábio, que veja além de suas fantasias inconseqüentes
Oh pensamentos, tão divagados se façam simples e mais coeso
Faça dessa mulher que ladra alguém mais fugaz e com menos devaneios